Esta
semana ao ler a persasha “Chaie Sarah”
uma pergunta invadiu a minha mente: Porque
Abraham
Avinu foi procurar uma esposa para Isaac
Avinu entre seus parentes em sua terra? Essa
pergunta torna-se relevante se atentarmos para
o fato que Abraham Avinu, deixou sua terra e
seus parentes idólatras por ordem de HaShem,
para fundar em uma outra terra, Canaã, um novo
povo que se regeria pelos idéias do monoteísmo
e
da justiça. Uma resposta simples para a pergunta
antes apresentada seria lembrar-nos que o povo
cananeu era um povo descrito na Torah como de
maus hábitos. Assim as cananeias não seriam
mulheres adequadas para Isaac Avinu. Porém
também é preciso lembrar que Abraham Avinu,
juntamente com Sarah Imanu foram grandes
proselitistas. Sob sua influencia pessoas,
de diferentes origens, inclusive cananeus
adotaram o monoteísmo, sendo inclusive
circuncidados. Alguns midrashim, inclusive
contam
histórias de que Abraham Avinu teria
uma
grande Yeshivah com muitos e muitos
alunos, estudando e adotando o monoteísmo.
Então, seria fácil supor que haveria entre
estes
que seguiram Abraham Avinu moças que
poderiam
casar com Isaac Avinu. Deste modo,
a pergunta inicial retorna: Porque Abraham
Avinu
foi procurar uma esposa para Isaac Avinu
entre seus parentes em sua terra? Conversei
com o amigo rabino Jacques Cukierkon a
respeito
da questão. Da conversa saí com mais dúvidas e
com duas recomendações: a. Ler os
comentaristas
clássicos da Torah; b. Atentar que a Torah
pode
ser vista e entendida de vários modos, sendo
um
deles a partir de sua perspectiva filosófica e
ética.
Como
um “bom aluno” vou seguindo as recomendações
de modo parcial e de acordo com minhas
conveniências. A leitura dos clássicos, farei,
rabino,
noutro momento... Quanto a segunda
recomendação
exploro neste momento, mudando a pergunta
inicialmente posta, para a seguinte: Que
ensinamento
ético
poderíamos extrair para nossas vidas a narrativa
da busca de uma esposa para Isaac Avinu, na
terra e
entre a parentela de seu pai? Vejamos. Abraham
Avinu
tinha que tomar uma decisão... Onde e como procurar
uma esposa para seu filho. A reputação dos
cananeus
não era das melhores, e a dos seus parentes
muito
menos. Mesmo neste contexto ele, decidiu
mandar
um cananeu (Elieser, seu servo, mais no
sentido
de gerente,do que de escravo, circuncidado e
seguidor em fé)
procurar
entre os seus parentes (de Abraham Avinu) uma
esposa
para Isaac Avinu. Na Torah está decisão foi de
Abraham
Avinu e não uma ordem de D’us. Mas na
sequencia
HaShem intercede indicando a Elieser como identificar
a moça ideal para Isaac Avinu: aquela que
oferecesse
água para ele e para seus dez camelos. Abraham
Avinu, era um homem iluminado, deixou nas mãos
de seu servo cananeu o destino matrimonial de
seu
filho, e também todo seu patrimônio, pois
diz-se
que
ele viajava com um espécie de procuração de
todos
os bens de seu amo. A origem Cananéia de
Elieser não ofuscou a confiança de Abraham
Avinu.
Por outro lado, casar seu filho com uma filha
de Elieser
não parecia ser uma opção. Ela era uma
Cananéia!
Abraham Avinu era um homem iluminado, mas era
um
homem, um homem de seu tempo. A escolha
recairia
sobre um parente de Abraham Avinu. Mas como?
Se
eles eram idólatras! Aí intercede D’us ao apontar
a bondade, como atributo essencial para
escolha.
A questão não era de que terra seria a esposa
de Isaac
Avinu, nem a que família ela pertenceria. O
importante
para D’us é que ela fosse boa, tivesse bondade
em
seu coração, que fosse cordial com um humilde
viajante
desconhecido, e até mesmo com os seus muitos
animais.
Assim, podemos supor que um ensinamento ético
desta
perasha é importância do atributo da bondade.
A
bondade, dos homens, mesmo a dos melhores homens,
como a de Abraham Avinu não se igual a de
Hashem.
E para Ele não importa de que terra alguém
seja, nem
a qual família alguém pertença (como nos
costumamos
avaliar as pessoas e em especial os
pretendentes
em potencial de nossos queridos filhos). O que
importa
é a bondade no coração. E para “sorte” de Issac
Avinu, e de todos nós, a beira da fonte d’agua
Rebeca
Imanu,
demonstrou que era “um poço de bondade”...
Shabat
Shalom
Maximiliano
Ponte
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