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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O HOJE NÃO É DIA… (REFLEXÕES SOBRE SUCOT)


Hoje não é dia para quando os filhos saírem para

 escola ainda estar dormindo de tanto cansaço do

 trabalho dos dias anteriores. Hoje não é dia para

 sair de casa em jejum, com uma agenda de

 compromissos predeterminados a cumprir, pelos

 quatro cantos da cidade. Hoje não é dia dar aula,

 ler e corrigir trabalho de alunos, fazer reuniões de

 trabalho, atender pacientes, fazer compras. Hoje não

 é dia de chegar em casa a noite, com os filhos já

 dormindo. Hoje não dia de por entre as frestas da

 tela de proteção da janela ver os carros passar ao

 longe, pensando no dia de trabalho de amanha.

 Hoje não é um dia comum.

Hoje é dia para com os filhos ainda no amanhecer

sentar-se na sucat, se estiver chovendo proteger-se

 da chuva, se houver vento intenso cuidar para que as

 palhas não voem, se o sol estiver a pino, procurar

uma sombra sobre o telhado vazado. E já de amanhã

 lembrar da incerteza dos acontecimentos que virão,

lembrar da fragilidade da nossa vida, e que nosso

 destino, não é apenas nosso. Ontem saímos da

escravidão do Egito para o deserto. Temos que ter

 o cuidado para não sairmos do deserto de uma vida

 familiar distante, para a escravidão do trabalho e do

 cotidiano. Ontem nosso caminho era iluminado pelas

 labaredas do Eterno. Hoje corremos o risco de

 andarmos eternamente em círculos cumprindo agendas,

 com olhos de tal modo vedados que nada vemos.

 Hoje é dia de comer sentando, na sucat. Pararmos, sentarmos,

 lembrarmos. Hoje é dia de segurar o lulav, com seus

 quatro tipos de vegetais, apontá-lo para os quatro

 cantos da terra. Hoje é dia de lembrar da diversidade

 do nosso povo e das nações da terra, e quanto é

importante esta diversidade. Hoje é dia de dizer o Halel,

 ler Torah e fazer telilah com minian. Hoje é dia de olhar

 as estrelas, sentir-se perto delas, sonhar com o mundo

 vindouro, com o Mashiach. Hoje é Yom Tov.

Hoje é dia para lembrarmos que as dificuldades do

 deserto/diáspora, não durarão para sempre.

Chag Sucot Sameach!

Maximiliano Ponte

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