Hoje
não é dia para quando os filhos saírem para
escola ainda estar dormindo de tanto cansaço
do
trabalho dos dias anteriores. Hoje não é dia
para
sair de casa em jejum, com uma agenda de
compromissos predeterminados a cumprir, pelos
quatro cantos da cidade. Hoje não é dia dar
aula,
ler e corrigir trabalho de alunos, fazer
reuniões de
trabalho, atender pacientes, fazer compras.
Hoje não
é dia de chegar em casa a noite, com os filhos
já
dormindo. Hoje não dia de por entre as frestas
da
tela de proteção da janela ver os carros
passar ao
longe, pensando no dia de trabalho de amanha.
Hoje não é um dia comum.
Hoje é
dia para com os filhos ainda no amanhecer
sentar-se
na sucat, se estiver chovendo proteger-se
da chuva, se houver vento intenso cuidar para
que as
palhas não voem, se o sol estiver a pino,
procurar
uma sombra
sobre o telhado vazado. E já de amanhã
lembrar da incerteza dos acontecimentos que
virão,
lembrar
da fragilidade da nossa vida, e que nosso
destino, não é apenas nosso. Ontem saímos da
escravidão
do Egito para o deserto. Temos que ter
o cuidado para não sairmos do deserto de uma
vida
familiar distante, para a escravidão do
trabalho e do
cotidiano. Ontem nosso caminho era iluminado
pelas
labaredas do Eterno. Hoje corremos o risco de
andarmos eternamente em círculos cumprindo
agendas,
com olhos de tal modo vedados que nada vemos.
Hoje é dia de comer sentando, na sucat.
Pararmos, sentarmos,
lembrarmos. Hoje é dia de segurar o lulav, com
seus
quatro tipos de vegetais, apontá-lo para os
quatro
cantos da terra. Hoje é dia de lembrar da
diversidade
do nosso povo e das nações da terra, e quanto
é
importante
esta diversidade. Hoje é dia de dizer o Halel,
ler Torah e fazer telilah com minian. Hoje é
dia de olhar
as estrelas, sentir-se perto delas, sonhar com
o mundo
vindouro, com o Mashiach. Hoje é Yom Tov.
Hoje é
dia para lembrarmos que as dificuldades do
deserto/diáspora, não durarão para sempre.
Chag
Sucot Sameach!
Maximiliano
Ponte
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